quinta-feira, 20 de junho de 2013

A balançar no balanço

Achei que ao ter chegado aos 25 anos estava na idade de fazer um balanço (afinal de contas 1/4 de século é sempre uma conta redonda). E quando comecei a pensar sobre isso não consegui evitar que uma certa falta de ar se instalasse.
Chego à conclusão que cheguei até aqui sem ter feito quase nada. Se a minha vida acabasse aqui não teria deixado qualquer obra, não teria feito nada daquilo a que me propus e passei tanto tempo a preparar o futuro que me esqueci quase sempre de viver o presente.
Não, não vou fazer lista com as coisas que quero fazer, nem me estou a queixar ou lamentar, esta é apenas uma simples constatação de factos.
25 anos de pura inutilidade! Não errei o suficiente, não amei o suficiente, não aprendi o suficiente, não cresci o suficiente... Por vezes sinto que acima de tudo devia ter falhado mais, ter caído mais vezes, ter arriscado esfolar os joelhos e a alma. Mas não o fiz... E agora olho para trás e tudo aquilo que eu fiz parece curto, ficou aquém do que deveria ter sido, e só consigo lamentar ter perdido tempo que não consigo recuperar. Porque a vida é mesmo contabilizada pelo número de vezes em que se perde o ar.