sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Na semana passada a meio de uma conversa, que já ia longa, perguntaste-me se eu tinha medo da morte. Acho que a minha resposta te surpreendeu. Não estavas à espera que a miúda de espírito leve te desse a resposta que eu te dei. E a pessoa egoísta que achas que sou naquele momento não fez sentido.
Não, eu não tenho medo da morte, pelo menos da minha morte. Mas não há nada de que tenha mais medo do que a morte das pessoas que me são próximas... Esta foi a minha resposta. A isto ainda acrescentei que sempre achei que ia durar pouco, que tinha curta duração. Nunca percebi porquê, mas foi sempre isso que senti, desde que me lembro de conseguir pensar.
Devo ter sido suficientemente convincente, e deves mesmo ter percebido que não me estava a armar, nem a brincar com o assunto, como quase sempre estou, porque me fizeste mais umas perguntas vagas e desviaste a conversa para outro tema.
Pediste-me para ser mais eu, e por engraçado que pareça não consegues aguentar uma resposta directa quando eu decido responder o que penso em vez de brincar com o assunto. A amizade é feita destes pontos de contacto, e tenho para mim que não vais conseguir chegar a eles, esse teu lado superficial não aguenta o meu lado profundo, por isso acho que não devias querer conhecer quem não vais conseguir olhar de frente. Se eu tivesse encontrado em ti aquilo que era necessário para conheceres esta pessoa não existiria a necessidade de me pedires para baixar as defesas, elas iriam ceder por si mesmas. Tenho pena que assim seja mas apesar de até gostar do que conheço em ti, uma grande parte do que conheço só me consegue soar a falso. E é por isso que só conheces a minha parte superficial, porque mesmo esta me parece menos falsa que quase tudo aquilo que tu me mostras.