quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em 2010...

Em 2010 aprendi que nem sempre luto pelas razões certas, mas que sempre que o faço sabe melhor vencer. Aprendi que o silêncio por vezes é precioso e que algumas palavras não fáceis de conter. Que mesmo quando as pessoas não estão presentes continuam a ser importantes. Aprendi que perdoar é uma questão de força interior. Que há feridas que o tempo, e a distância, não conseguem curar. Aprendi que quando acredito em mim acabo por conseguir o que quero. Que o que os outros pensam sobre mim não é assim tão importante. Que o medo pode ser produtivo. Que quando me esforço acabo por ser recompensada. Aprendi que as pessoas nem sempre valorizam quem gosta delas. Que por vezes são simpáticas com quem não merece e cruéis com quem as ama. Aprendi que os meus amigos conseguem viver sem mim, embora não o queiram fazer. Que gostamos de ficar a conversar, mesmo quando não temos nada a dizer. Que os jantares cá em casa acabam sempre de forma imprevisível. Aprendi que preciso de cantar para me sentir viva. Que a praia é mais interessante na Primavera. Que consigo sobreviver à indiferença. Que algumas músicas ficam para sempre.
Em 2010 aprendi que gosto de brincar com luzes. Que por vezes as pessoas vêem em nós apenas o que querem ver. Que penso sempre melhor no silêncio. Aprendi que o mesmo momento não é igual para duas pessoas. Que liberdade é uma palavra com contornos difíceis. Que as oportunidades não esperam infinitamente. Aprendi que a solidão é boa apenas em pequenas doses. Que por vezes é mesmo necessário sair e enfrentar o mundo. Aprendi que nem sempre sou transparente. Que é preciso ultrapassar muitas barreiras para me conhecer. Aprendi que me posso mostrar sensível e que o facto de o fazer me torna vulnerável, mas que isso nem sempre é mau.
Em 2010 aprendi que a Florbela Espanca me fascina quase tanto quanto o Fernando Pessoa. Que faça o Herman José o que fizer continua a ser genial. Que os 3 Doors Down têm letras que dizem tudo. Descobri que a Ana Carolina consegue sempre surpreender-me. Que o principezinho vai ser para sempre o meu livro preferido. Descobri que vale a pena fazer quilómetros para beber uma sangria. Que a maioria das respostas estão nas perguntas. Que consigo sobreviver sem escrever durante algum tempo. Que quando isso acontece fico rabugenta. Descobri que tudo acaba e que isso nem é assim tão mau.
Em 2010 aprendi que 2011 vai ser mais um ando de aprendizagem. Que vou estar preparada para tudo o que vier por aí. Que o que não nos mata torna-nos mais fortes. Por isso mesmo cá te espero 2011…

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Incontinência verbal...

Um dia ainda vou descobrir porque é que falo sempre demais!...
Ando sempre a dizer o que não devo na altura errada, e depois sofro as consequências. Mas quem é que me manda a mim achar que vivo num país livre!?

P.S: Tenho de aprender a estar calada, nova meta a cumprir...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A opção restart

Hoje, enquanto estava no banho a tentar desentupir com o vapor, dei por mim a pensar que a minha vida não tem opção restart, e que esse facto se deve a eu ser de uma época em que essa opção ainda não existia.

Corria o ano de 1993, quando os meus pais me ofereceram a primeira consola de jogos. Eu era uma miúda imberbe, as consolas ainda funcionavam com cassetes e não existiam cartões de memória. Assim sendo, no nível 15 de um jogo, se o resultado não nos agradava, não havia hipótese de melhorar a pontuação, era aguentar a coisa, ou então, desgraça das desgraças, começar do nível 1.
A falta de cartão de memória desencadeou, aquilo a que nós chamávamos, as tardes de dar "a volta ao jogo", que não eram mais que tardes inteiras a jogar com o intuito de chegar ao fim, só mesmo para ver como é que aquilo acabava. Estas tardes só eram interrompidas quando uma das mães, já preocupada com o nosso estado, nos ia levar o lanche, o que nos permitia usar o botão "pause" e descansar as pontas dos dedos. Aqueles que primeiro davam "a volta ao jogo" eram considerados quase heróis, e tinham garantida a inveja do resto do grupo de amigos.
Noutra categoria estavam os famosos gameboy, que eram de tamanho de tijolos, e não reproduziam mais que bonecos feitos de quadrados pretos... Para meu azar, em vez de um gameboy, os meus pais acharam mais educativo dar-me uma versão estranha de jogo de tétris. (já alimentavam a esperança de ter uma filha arquitecta ou engenheira civil, coitados!) Verdade seja dita, os gameboys só passaram a estar presentes nas nossas vidas bem mais tarde, já no 12º ano, quando os fomos resgatar para ter algo que fazer nas aulas de geologia. (Era ver uma turma de matulões a ver quem é que chegava mais longe no Super Mário...) Mas estes gameboys que resgatamos, a irmãos e primos mais novos, já eram com cores e formatos completamente novos.
Com isto tudo, e em ponto de conclusão, falta dizer que a primeira vez que vi a opção restart foi quando me ofereceram o primeiro pc. Corri para a loja de jogos cá da terra e comprei o "Moto Racer 2", que era o jogo dos jogos na altura, e lá vim eu para casa viciar-me. Aquele jogo foi das melhores coisas de sempre, é que não só podia recomeçar as corridas, como as taças que ganhava ficavam guardadas na memória do pc. A minha vida como adepta de jogos nunca mais foi a mesma...
Neste momento dava-me jeito que a minha vida também tivesse uma destas evoluções. Já que temos a parte da memória, onde é que raio anda a opção restart?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mariza - Chuva



Se a minha vida tivesse uma banda sonora esta música estaria presente, sem sombra de dúvida! E que voz tem esta senhora... Não consigo cansar-me de a ouvir.
P.S: Mesmo quem não gosta de fado... reconheçam lá que a Mariza tem um vozeirão!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Prólogo...

Fora de cena quem não é de cena! (como se pensasse alto)
Que engraçado saíram todos... (para a plateia) Repararam naquele senhor de cabelos grisalhos, mãos nos bolsos, e olhar perdido? Aquele senhor é a personagem principal desta história mas, como tantas vezes acontece, ele não o sabe. Raramente sabemos que somos a personagem principal de uma história, estamos sempre mais ocupados a viver. Vivemos de uma forma tão intensa que podemos afirmar apenas ter sobrevivido.
O senhor que acabaram de ver sair vai voltar para viver uma história que ele não escolheu viver, e que lhe irá mudar o rumo da vida para sempre. Esta é uma história de justiça, ou falta dela, de enganos, de maldade e de ambição... Esta é a história mais escabrosa da vida de Óscar!

P.S: Aqui têm o prólogo da peça que tenho andado a escrever para abrir o apetite... (ainda sujeito a alterações) O desenvolvimento da obra está em curso, mas mais parado porque não há tempo por causa do curso! =P

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Eu fui...

Por vezes faz falta ir apenas porque sim... hoje foi um desses dias. Lisboa esperava por nós, do céu parou de cair a tão persistente chuva, a baixa estava igual a si mesma e o Natal já estava presente por todo o lado. A tarde foi muito do que tínhamos esperado, mas soube a pouco como sempre. Muita conversa, por vezes com conteúdo em falta, mas que aqueceu a alma para mais uma jornada. Tenho comida para o cérebro nos próximos tempos, tenho dúvidas na cabeça que tinha deixado para depois, mas sabe bem voltar a pensar mesmo que as respostas às perguntas estejam afiadas como facas a perfurar a pele frágil que me envolve a alma... Obrigado pelo alimento, pela paciência e por continuar a aturar esta minha loucura!