sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Efémero

É engraçado como tudo é efémero.

Não te liguei,
Não ouvi a tua voz,
Não te enviei mensagens.
Pela primeira vez em muitos anos,
Tu não foste a pessoa a quem quis contar,
Tu não foste a pessoa que me fez falta.
Tudo é efémero, sabias?
Pela primeira vez em muitos anos,
Tu não foste o meu primeiro pensamento matinal,
Tu não foste o meu primeiro contacto na lista.
Pela primeira vez em muitos anos,
Não foi no teu peito que eu quis encostar a cabeça,
Não foram os teus braços que eu quis a envolver-me.
Sabias que a amizade também podia ser efémera?
É sempre bom saber que descobrimos algo juntos. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Em Pausa...

Finalmente permiti-me fazer  uma mala para ficar. Passados alguns meses que chegam a perfazer anos, não posso negar que o sinto como uma novidade. 
Peguei em todas as mochilas, que espero fiquem a descansar até Março, e coloquei-as dentro da mala maior.
É assim que se fecham capítulos, são estes momentos que nos trazem de volta a nós mesmo. Vou poder finalmente voltar a nadar, vou poder ir ao ginásio e, melhor que tudo isso, vou poder ter aquelas conversas comigo mesma que ando a adiar e que me vão preparar para o regresso às viagens e às malas. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"Eu tenho orgulho em ti, sempre!"

Ora aqui está a frase que eu nunca esperei ouvir...
É bom saber que tenho feito o que está certo, e que apesar do espírito combativo e arrogante que me define, tenho conseguido construir mais do que tenho destruído.
No fundo o que mais tenho aprendido é que há coisas pelas quais não vale a pena lutar, e outras que acabam por valer todo o sangue que se tem no corpo. Aprendi que apesar de ter razão, por vezes isso por si só não é o suficiente para entrar na batalha, e que se consegue vencer com um bom gesto de altruísmo.
Também tenho orgulho em ti, e nunca esperei vir a dizer isto... Tenho orgulho na forma como me tens feito crescer, na forma como me tens ajudado a construir aquilo que sou. Mas mais que isso tenho orgulho em ti por perceber que não somos assim tão diferentes, e por saber que, mais cedo ou mais tarde, vou chegar a um patamar em que isso se vai notar...
Porque no dia em que eu precisar de ter um carácter nobre aquelas nossa conversas intermináveis vão ter valido a pena, mesmo quando me deixam destroçada, mesmo quando me recuso a concordar contigo, mesmo quando não consigo entender porque perdes tempo e onde queres chegar.
É engraçado como por vezes as coisas se constroem sem querer. Não era de todo suposto ficarmos amigos, e eu ainda faço aquela cara de troça quando tu insistes em dizer que o somos. Mas no fundo só me resta admitir que é isso que temos sido nos últimos tempos...
Por isso e por tudo o resto... Obrigado, Amigo!


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Agradáveis surpresas

Com o decorrer dos tempos passei a acreditar que "todas as pessoas são más pessoas até prova em contrário." Quando te conheci não foste excepção. O teu ar altivo, a tua presença e tudo aquilo que se dizia de ti só me fizeram manter mais ainda a distância. E é tão bom quando descubro que por baixo de toda essa capa existe alguém melhor.
É um alívio tão grande quando se consegue descobrir que alguém esconde um lado mais positivo. É tão bom ser agradavelmente surpreendida...


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Coisas que eu sei

Há coisas que eu simplesmente sei. As mulheres aprendem a ler na vida aquilo que mais tarde chamam de intuição. E eu há muito que comecei a ler nas entrelinhas, a reparar em pequenos aspectos, a respirar pequenas brisas. Se nunca disse nada foi porque achei que não me cabia a mim falar. Não sou eu quem tem de dar o primeiro passo. Eu sou, e serei enquanto me permitires, apenas uma espectadora da tua vida. Não me cabe a mim interferir, julgar, argumentar, ou fazer qualquer outra coisa. Dizia Martin Luther King: "No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos." Se assim o é acredito que vou ter um final animado, e ainda bem que tenho esta minha memória prodigiosa porque vai dar jeito para guardar tanta informação. A diferença entre uma pessoa de braços abertos e uma pessoa que vira costas é que a primeira tende a cansar-se primeiro e apenas por uma questão de imitação acaba por se colocar na mesma posição. O que é engraçado no meio disto tudo é a minha incapacidade de imitar pessoas, eu não vou virar costas, vou apenas baixar os braços.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Para o futuro e mais além...

Hoje tenho um grito sufocado na garganta, um peso estranho no peito, uma dificuldade aguda em respirar... Odeio ter de dar-te razão, odeio a ideia de admitir que estás certo nas tuas palavras, odeio passar tempo a argumentar contra ti só para me convencer que ainda guardo algumas certezas. Mas no fundo sei que estou errada, que esta vida que levo não me serve mais, que me colei a uma imagem que já nem sei a quem pertence, e tudo isto está a provocar-me um horrível estado de cansaço. Decidi hoje que este era o fim, que preciso finalmente parar de me enganar, e de tentar enganar os outros. É esta a resolução de um ano novo que está por vir: Ser mais eu! Chega de toda esta fachada bonita para uma casa podre, chega de achar que tenho de estar feliz só porque muita gente queria estar no meu lugar, chega de guardar na alma todos estes gritos sufocados... Simplesmente chega! O grande problema é que no fundo nada disto é simples.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Na semana passada a meio de uma conversa, que já ia longa, perguntaste-me se eu tinha medo da morte. Acho que a minha resposta te surpreendeu. Não estavas à espera que a miúda de espírito leve te desse a resposta que eu te dei. E a pessoa egoísta que achas que sou naquele momento não fez sentido.
Não, eu não tenho medo da morte, pelo menos da minha morte. Mas não há nada de que tenha mais medo do que a morte das pessoas que me são próximas... Esta foi a minha resposta. A isto ainda acrescentei que sempre achei que ia durar pouco, que tinha curta duração. Nunca percebi porquê, mas foi sempre isso que senti, desde que me lembro de conseguir pensar.
Devo ter sido suficientemente convincente, e deves mesmo ter percebido que não me estava a armar, nem a brincar com o assunto, como quase sempre estou, porque me fizeste mais umas perguntas vagas e desviaste a conversa para outro tema.
Pediste-me para ser mais eu, e por engraçado que pareça não consegues aguentar uma resposta directa quando eu decido responder o que penso em vez de brincar com o assunto. A amizade é feita destes pontos de contacto, e tenho para mim que não vais conseguir chegar a eles, esse teu lado superficial não aguenta o meu lado profundo, por isso acho que não devias querer conhecer quem não vais conseguir olhar de frente. Se eu tivesse encontrado em ti aquilo que era necessário para conheceres esta pessoa não existiria a necessidade de me pedires para baixar as defesas, elas iriam ceder por si mesmas. Tenho pena que assim seja mas apesar de até gostar do que conheço em ti, uma grande parte do que conheço só me consegue soar a falso. E é por isso que só conheces a minha parte superficial, porque mesmo esta me parece menos falsa que quase tudo aquilo que tu me mostras.