quarta-feira, 10 de março de 2010

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Olhei-te nos olhos de uma forma intensa, ainda não percebi bem porquê mas eles hoje não me acalmam, senti-os mais inquietos que nos outros dias. Suponho que os teus olhos me digam mais que aquilo que tu mesmo ousas pensar.
Por vezes basta-me olhar profundamente nos teus olhos para que o meu mundo faça sentido, para que me sinta calma e protegida; mas hoje isso não aconteceu, acabei por me sentir mais inquieta ainda quando mergulhei no teu olhar.
Continuei a procurar os teus olhos enquanto tu tentavas que eu te revelasse o motivo da minha estranheza, perguntaste-me mais uma vez o que se passava comigo. Acho que sentiste a tensão no ar, e o vazio que começava a instalar-se na minha alma. E penso que o facto de eu te ter percebido sem falares te começou a assustar.
Beijaste-me intensamente e apertaste-me bem ao teu peito, e nesse preciso momento senti que te tinha perdido para sempre, não me perguntes nunca porque motivo o soube naquele momento, pois não o vou conseguir explicar nunca. Não é algo que um dia eu consiga explicar ou entender, é apenas um sentimento, como se eu conseguisse ver mais longe...


Enquanto a rede baloiça lentamente, as palavras que leio, datadas com mais de vinte anos, fazem-me ainda sentir um frio que se instala até ao mais recôndito pedaço da minha alma. Levanto os olhos e consigo ver os meus filhos a brincar na relva, o pai corre atrás deles que riem e gritam alegres... E tu onde estás agora?...



P.S: Encontrei um pouco de tempo para voltar a escrever, e aqui está o resultado desse tempo... Espero que gostem... Abraços

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