quinta-feira, 2 de maio de 2013

Submergir


É no meio aquoso que tive origem, e é nele que sempre procuro refúgio. Nunca percebi porque motivo isso me acontece, mas não consigo deixar de sentir que tudo se resolvia num espaço em que estaria submersa, envolta em água. Cada vez que sinto que a cabeça vai explodir e que já não consigo suportar a situação imagino-me a mergulhar e a sensação de suspensão e de abandono do corpo faz, sem que eu consiga perceber porquê, todo o sentido.
A sensação do corpo completamente submerso na água, e da pele nua em total contacto com o meio, todos os poros, todos os pequenos sensores, parece-me ser a sensação primordial.
E por vezes é tão necessário sentir que o tempo para, tudo fica em silêncio, que nada existe para além do vazio. E é esta sensação que busco até sentir os pulmões contrair, provocados por vários espasmos do diafragma, que como murros no estômago, me obrigam a voltar à realidade.


Sem comentários:

Enviar um comentário