É no meio aquoso que tive origem, e é nele que sempre
procuro refúgio. Nunca percebi porque motivo isso me acontece, mas não consigo
deixar de sentir que tudo se resolvia num espaço em que estaria submersa,
envolta em água. Cada vez que sinto que a cabeça vai explodir e que já não
consigo suportar a situação imagino-me a mergulhar e a sensação de suspensão e
de abandono do corpo faz, sem que eu consiga perceber porquê, todo o sentido.
A sensação do corpo completamente submerso na água, e da pele
nua em total contacto com o meio, todos os poros, todos os pequenos sensores,
parece-me ser a sensação primordial.
E por vezes é tão necessário sentir que o tempo para,
tudo fica em silêncio, que nada existe para além do vazio. E é esta sensação
que busco até sentir os pulmões contrair, provocados por vários espasmos do
diafragma, que como murros no estômago, me obrigam a voltar à realidade.
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